Lião, 10 de dezembro de 1827.
Senhor:
Outorgo as faculdades que pedis para as bênçãos e exposições do Santíssimo Sacramento, isto é, que conservareis as licenças de que estais de posse e que a essas acrescento a bênção e a exposição para a festa de São José e apenas bênção para a tomada de hábito. Tereis a gentileza de informar-nos sobre o quadro dessas faculdades, a fim de que doravante nos atenhamos a elas.
Já não temos relíquias dos santos de que nos falais, pelo que não vo-las podemos remeter, mas dispomos de outras não menos veneráveis; basta que nos envieis o vosso relicário. É o Papa quem concede as indulgências plenárias. Penso que já existem para as festas de que falais e relativas à confraria do rosário.
Vou escrever ao sr. prefeito de Charlieu sobre os dois professores denunciados. O Pe. Guillard pede-me que avalie alguém que possa ensinar latim nessa paróquia. Pedir-lhe-ei o nome e os títulos que apresenta para a recomendação.
Mil saudações amigas à vossa comunidade e em particular ao Pe. Séon. Saúdo-vos, caro amigo, mui afetuosamente, CATTET, vigário geral.
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Notas
O Pe. Simon Cattet foi o terceiro Vigário Geral da diocese de Lião, de 1826 a 1840, encarregado das comunidades religiosas. O Pe. Champagnat se dirigia sempre ao Pe. Cattet para as autorizações de ordem eclesiástica. É sob este prisma que se devem considerar os conselhos e determinações deste texto. Dois anos antes acontecera o episódio da visita canônica a l’Hermitage, por parte do arcebispado, na pessoa do Pe. Cattet. Foi em fevereiro de 1826, ocasião em que o Pe. Cattet tratou com frieza o Pe. Champagnat, concluindo relatório muito negativo sobre os Irmãos. Esta carta, primeira de uma série de catorze que o Pe. Cattet enviou ao Fundador, mostra relacionamento tranqüilo entre o arcebispado e l’Hermitage. As maledicências e preconceitos haviam desaparecido. Champagnat recuperara crédito junto àquelas autoridades. Conservaram-se duas cartas do Fundador dirigidas ao Pe. Cattet (Lettres, doc.15 e 124).
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AFM 124.01
