Carta de Pe. Jean-Claude Colin a Marcelino Champagnat

Lião, 24 de abril de 1840.

Meu caríssimo confrade:

Negócios sobrevindos nesta semana privam-me do prazer de visitar-vos. Valho-me, pois, da viagem do Pe. Girard a St. Etienne para informar-me por ele acerca da vossa saúde. Tomai cuidado de vós. Espero ver-vos em breve. Que pena. Receio singularmente o vazio que se seguirá, caso o Senhor vos chame a si. Faça-se a vontade de Deus; mas este temor sugere-me a idéia de colocar o ramo dos Irmãos ensinantes entre as mãos do sr. arcebispo. Parece-me que há vantagem nisto. O arcebispo, sem dúvida, nomeará um padre marista para cuidar do caso, e esse concurso da autoridade principal reverterá no bem de todos. Comunicai essa idéia aos Irmãos Francisco e Louis-Marie; rezai todos ao Senhor para que nos faça conhecer a sua divina vontade.

Soube, não por intermédio do sr. Viennot, mas de outra pessoa, que tendes pendências com ele acerca da venda de vinho. Aconselho-vos a que pagueis. Dada a careza dos produtos e que o ano não se anuncia muito bom para as colheitas, não ousamos prosseguir em todas as nossas reformas, para não nos endividarmos demasiadamente. Aconselho-vos a mesma coisa, isto é, o menor número de melhoramentos neste ano, a fim de que não coloqueis em embaraço a vossa casa. Quanto a Autun, fazei o que julgardes conveniente.

Anexo carta de certo pároco de Paris, que pede um Irmão ou dois. Por favor, indicai-me a resposta que devo dar-lhe.

Tudo de bom aos Irmãos com muito afeto. Tenho a honra de ser, com o mais sincero respeito, o vosso superior.

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Notas
Ciente de que o estado de saúde do Pe. Champagnat se agravava sempre mais, o Pe. Colin, nessa carta, última que endereçou ao Fundador, exprime a sua preocupação com o possível desenlace: “Receio o vazio que se seguirá, caso o Senhor o chame para si”. Desculpa-se por não ir visitá-lo na ocasião, aguardando novas informações por intermédio do confrade, Pe. Girard, que deveria passar pela região. Efetivamente, mais tarde, informado de que a situação era grave, viajou a l’Hermitage onde, no domingo, dia 24 de maio, esteve à cabeceira do Pe. Champagnat por longo tempo: foi o último encontro dos dois superiores.

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AFM 122.27

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