Carta de Pe. Jean-Claude Colin a Marcelino Champagnat

Belley, 24 de junho de 1836.

Meu caríssimo confrade:

Sem dúvida, sabeis que o breve de aprovação da Sociedade nos autoriza a eleger um superior geral. Enquanto se aguarda, estou muito longe de querer considerar-me como tal e, conseqüentemente, agir nessa qualidade. Consinto, até a eleição, em continuar, como no passado, em ser o ponto de união, mas abster-me-ei de ordenar ou de receber votos.

Não é menos verdade que as vossas disposições me edificam muito. Gostaria de que todos os outros confrades pensassem e agissem como vós; espero que Deus lhes outorgue essa graça, com o tempo.

O Pe. Mazelier escreveu-me e anexou o prospecto da sua congregação de Irmãos. Fala-me de fusão com os Irmãos Maristas, mas quereria manter algumas das suas regras, como a possibilidade de enviar um só Irmão que, então, viveria com o pároco. Vou esperar a vossa opinião antes de responder-lhe. Não sei se é este o correto momento de empreender a viagem a Paris. As câmaras entram em férias e os ministros quiçá prefiram descansar por algum tempo. Em todo o caso, o Pe. Depéry retorna a Paris, na segunda-feira de tarde. Presumo que possais entregar-lhe os vossos papéis. Em Lião, ele visitará o cônego Bétemps. Poderíeis remeter a este a documentação com as vossas recomendações; ele as entregaria ao Pe. Depéry, o qual me disse estar disposto a incumbir-se do caso. Ponderai o que convém fazer.

O Pe. Pompallier acaba de escrever-me. Ainda não foi sagrado, mas prepara-se. Penso que não virá antes de agosto.

A casa do noviciado constitui o meu contínuo objeto de solicitude. Necessitamos dela absolutamente, se queremos começar bem. Não importa o lugar onde esteja, com tal que a tenhamos e cumpramos a santa vontade de Deus. Caso conheçais as últimas intenções dos superiores de Lião, dai-me o prazer de conhecê-las. Parece-me, agora, haver menos inconvenientes que essa casa esteja na diocese de Lião. Se, providencialmente, tivermos ocasião de encontrar tal casa, aceitá-la-ei; melhor, cooperarei na sua aquisição.

Todos os confrades vos abraçam nos corações de Jesus e de Maria. Rezemos sem cessar. Pretendo escrever ao Pe. Terraillon no primeiro momento livre. No aguardo, levai-o a bem ponderar perante Deus o que Maria tem direito de esperar dele. Os Irmãos vão bem e vos transmitem o respeito e o sentimento de obediência.

Tenho a honra de ser, em cordial amizade e respeito, caríssimo confrade, o vosso muito humilde e por inteiro dedicado servidor COLIN, superior.

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Notas
Desde que soube da aprovação do ramo dos padres como congregação religiosa, com a possibilidade (e necessidade) de emitir os votos de religião para fazer parte dela, o Pe. Champagnat foi um dos primeiros a escrever ao Pe. Colin, prontificando-se a emitir os votos. Esta carta do Pe. Colin é a resposta àquelas boas disposições do Pe. Champagnat, relembrando que, em atenção às normas canônicas e jurídicas, precisavam, antes, eleger um superior geral. Como superior provisório, o Pe. Colin continua coordenando o grupo dos padres nas duas dioceses. Retorna ao tema de uma casa central, admitindo a possibilidade de estabelecê-la na diocese de Lião.

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AFM 122.16

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