St. Paul-Trois-Châteaux,
20 de setembro de 1837.
Senhor e honrado confrade:
Remeto-vos cópia da carta ministerial que recebi. Concito-vos a que renoveis, neste momento, o vosso pedido de autorização; dirigi ao sr. Ministro, a quem talvez daríeis prazer, o quadro com a situação geral, aquele que tivestes a honra de me comunicar há algum tempo. Valho-me naturalmente de todas as ocasiões e arrazoados que possam ser-vos úteis. Peço-vos, em compensação, a caridade das vossas orações.
Sou, com dedicação respeitosa, senhor e honrado confrade, o vosso muito humilde servidor, MAZELIER, sup. dos Irmãos.
P.S. O número de Irmãos que enviei à isenção embaraça-me, para nada dizer deles, ou para disso não falar. O Irmão Appolinaire partiu no dia 12, já o sabeis, sem dúvida. Felicito-vos, senhor, pela cura.
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Notas
O Pe. Mazelier era o superior dos “Irmãos da Instrução Cristã, de Valence”. Desde 1835 prestava ajuda ao Pe. Champagnat, dando acolhida na sua congregação a grupos de Irmãos Maristas que necessitavam de isenção do serviço militar. A sua congregação era reconhecida oficialmente pelo governo francês; com isso os seus membros, uma vez comprovado que se dedicavam ao ensino, ficavam dispensados daquela obrigação. A nomeação de alguns Irmãos Maristas nas suas comunidades era provisória, o tempo suficiente para comprovar a isenção. Nesta carta o Pe. Mazelier mostra a sua disposição em colaborar também na obtenção da legalização do Instituto Marista. No apêndice da carta fala do Ir. Apolinário, que já podia voltar a l’Hermitage, depois do “estágio” passado com ele, para despistar a convocação militar.
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AFM 125.02A