Carta de Pe. François Beraud a Marcelino Champagnat

Semur-en-Brionnais, 12 de julho de 1836.

Senhor superior:

Há muito tempo que desejava escrever-vos sobre os Irmãos que tivestes a bondade de prometer ao Pe. Bonnardel, para a paróquia de Semur; sabendo que estais muito ocupado, mas contando com as vossas promessas, contentei-me em escrever diversas vezes e interessar o Pe. Cholleton, ele que é tão bom para conosco.

Escrevi-lhe sobretudo para informar que o prefeito de Semur, o único de todos os membros do Conselho que não assinara a petição que vos mostrei por ocasião da minha viagem a St. Chamond, porque temia comprometer-se então contra o mestre-escola, que acabamos de demitir agora, ele há algum tempo concordou em aprovar o pedido de Irmãos, conjuntamente com o seu Conselho; reuniu a sua voz à de toda a nossa cidade, solicitando dois Irmãos Maristas, para o primeiro ano. Enviar-vos-ei o pedido, quando julgardes conveniente. O meu diferimento se prende a que contava sempre com o prazer de ver-vos em Semur. Tenho uma fundação de cem francos de renda em favor da nossa futura escola. Asseguro-vos que, sem demora, teremos o suficiente. Comecei a comprar móveis e roupa; irei insistir com o marceneiro para que faça as mesas como são feitas nas vossas outras casas.

Folgaria em ter os dois Irmãos alguns dias, pelo menos duas semanas antes da festa de Todos os Santos, para anunciá-los com certeza como professores primários. Anunciá-los-ei em breve a todos os paroquianos. Quando vierem, ficaremos muito contentes, porque, asseguro-vos, são ansiosamente aguardados. A casa está pronta. A horta ainda não é inteiramente do meu gosto, mas tenho plano para outra maior e mais apropriada; nada tenho que temer.

Conjuro-vos que não nos esqueçais. Dai-me uma linha de resposta para tranqüilizar cada vez mais o meu digno e respeitável pároco que, de outra forma, me acusaria de negligenciar assunto tão importante para a paróquia.

Recebei, senhor superior, a segurança muito sincera do meu respeito profundo e do reconhecimento por todo o interesse que tendes por nós. O vosso dedicado servidor, BERAUD, vigário.

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Notas
Pelo texto de uma carta anterior (Carta n° 81), tomamos conhecimento do apoio que o vigário geral Pe. Cholleton deu ao pedido do Pe. Bonnardel, pároco de Semur, na sua solicitação de Irmãos para a escola local. Agora, adoentado, o Pe. Bonnardel pede ao seu coadjutor Pe. François Béraud que insista com o Pe. Champagnat, para conseguir os Irmãos. Nesta carta, o Pe. Béraud anuncia a adesão completa dos dirigentes do município ao projeto da escola; também fala das providências já tomadas em favor da instalação dos Irmãos. A escola foi aberta pelos Irmãos em novembro de 1836.

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AFM 129.21

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