Belley, 15 de março de 1837.
Meu querido confrade:
Recebi as 50 missas que me enviastes. Dou-vos quitação; muito obrigado. Vou propor-vos outro negócio; caso seja possível, ficarei muito contente.
Tenho em Lião o meu velho pai, que vive só e sem o socorro de alguma companhia. Sofro em vê-lo em tal situação. Propus-lhe, sem saber se tal poderia ser feito, que tomasse um quarto na vossa casa. Ele não pareceu estranhar a idéia, visto que estaria submetido apenas ao regulamento geral da casa e não ao cumprimento da regra. Estou convencido de que não tereis senão que louvar os seus costumes.
Dizei-me, por favor, o que pensais disso. Pago cada ano o aluguel do quarto que o meu pai ocupa em Lião. Prefiro dar-vos esse dinheiro e acrescentar o que puder; assim será mais bem aproveitado. Pago 155 francos. Na suposição de que consintais, dai-me todos os pormenores que julgardes necessários quanto à mobília do meu pai. Ele poderá fazer transportar o que lhe é necessário a lHermitage. O resto ele depositaria no noviciado de Lião ou na casa dos Irmãos. Espero a resposta antes de 25 deste mês, a fim de que possa desfazer o contrato.
Aceitai, meu querido confrade, o meu respeito e a minha amizade. O vosso dedicado e afeiçoado confrade, SEON, sm.
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Notas
Sacerdote da diocese de Lião, o Pe. Séon entrou na Sociedade de Maria por influência e convite do Pe. Champagnat, que o acolheu em l’Hermitage em junho de 1827, pouco tempo depois da sua ordenação sacerdotal. Ficou com o Pe. Champagnat até 1829. Depois, em 1830, foi nomeado superior da comunidade dos padres maristas em Valbenoîte, conforme referências anteriores (Carta n° 35). Escreveu ao Pe. Champagnat para agradecer o envio do dinheiro correspondente a intenções de missas e para falar do seu pai, propondo que fosse aceito em l’Hermitage, na “casa para idosos” que, por vários anos, o Fundador fez funcionar numa das partes do grande complexo de l’Hermitage.
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AFM 122.18A
