Senhor Prefeito,
Creio que o senhor pároco já o terá informado da situação em que se encontram nossos Irmãos em Saint-Martin-la-Plaine. O que lhes é pago mensalmente cobre apenas os dois terços do salário deles. Em dois anos, houve um déficit de 600 francos; com mais 400 francos da fundação que não foram pagos, tudo isso importa em mil francos a receberem.
O senhor pároco nos declarou que ele não tem condições de pagar este débito e de garantir o salário dos Irmãos. Em vista disto, senhor Prefeito, é que lhe mandamos a presente carta, para sabermos se podemos esperar alguma melhora. É impossível que continuemos o trabalho escolar no seu município se, na sua perspectiva, o senhor não encontrar um meio de garantir o salário dos Irmãos. Como estamos exigindo apenas o estrito necessário, a mínima sonegação nos pesa demais.
Estamos recebendo de toda parte propostas de escolas gratuitas, mas não temos por costume abandonar as antigas para começar outras novas, a menos que seja impossível a subsistência para nossos Irmãos.
Queira dar-nos a honra de uma resposta sua o mais cedo possível, a fim de que possamos tomar uma decisão definitiva.
Queira aceitar os sentimentos respeitosos e sinceros de devotamento, com que temos a honra de ser…
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Notas
As más condições de salubridade em que se encontrava a moradia dos Irmãos em Saint Martin lhes custou caro. (Cf. Carta no 191).
Agora é o dinheiro do pagamento que está fazendo falta. O Padre Champagnat escreve ao prefeito para reclamar da situação. Pelo que vemos na Carta número 291, em que o assunto volta à baila, o prefeito não respondeu.
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Daprès la minute, AFM, RCLA 1, pp. 122-123, nº 144