Carta de Marcelino – 216: Monsieur Georges Metton, curé de Sury-le-Comtal

Senhor Pároco,

Estou muito contrariado por lhe causarmos tantos aborrecimentos. É desejo sincero nosso, sem prejudicar nossa Sociedade, conceder-lhe tudo aquilo que puder proporcionar-lhe alguma vantagem.

As razões que nos levaram a inserir em nosso regulamento o artigo que proíbe a nossos Irmãos desempenharem qualquer função eclesiástica se reavivaram na deserção de dois de nossos Irmãos, que apesar dos compromissos assumidos, estar fazendo estudos para o sacerdócio. Não leve a mal que não autorizemos esta infração à nossa regra.

Desejamos saber o mais cedo possível:

1o) Se há esperança de conseguir as melhorias que apontamos e que julgamos necessárias para que nossos Irmãos possam continuar aplicando, em Sury, o método de ensino e de vigilância que nos é próprio. Quando poderão ser executadas essas melhorias?

2o) Vão ser pagos os atrasados do primeiro ano e os deste ano? E quando?

3o) Os meninos que não pertencem ao município serão obrigados a contribuir em benefício de sua escola ou em benefício dos Irmãos, como é de praxe em outros lugares?

4o) Estão precisando de mais um Irmão? Serão então quatro.

Concedemos a Sury o que concedemos a todos os nossos estabelecimentos, a saber: quando um Irmão a mais for necessário por causa de um internato ou externato, independente da administração municipal que conseguiu uma escola junto à nossa instituição, esse Irmão será fornecido pela Sociedade sem que o município tenha que contribuir para a manutenção do mesmo.

Se essas condições não convêm a V. Sª, nós lhe seríamos gratos se no-lo dissesse, senão estaríamos obrigados a recomeçar todo ano.

Receba …

Champagnat

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Notas

O Irmão Avit, nos seus Anais, diz que o pároco de Sury queria que os Irmãos Maristas fossem subdiáconos, dirigentes de coro e até mesmo sacristães, o que era contrário às normas dos Irmãos.

O Padre Champagnat expõe as condições em que os Irmãos devem ser pagos, retoma as observações anteriormente feitas (cf. Cartas no 161 e 211) a respeito das melhorias a executar no prédio e as contribuições dos alunos. Não deixa nada para trás, se bem que no caso de Sury, já se tivessem passado três anos, ocasião em que fora feita a visita e dadas as instruções para a correta execução das obras das escola. Mas, como os trabalhos não foram devidamente acompanhados, instalações há que ainda deixam a desejar.

O Padre Champagnat não quer retirar os Irmãos. Quer apenas que tenham melhores condições para desempenhar suas funções.

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Dapres la minute, AFM, RCLA 1, p.110, nº 125

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