Carta de Marcelino – 215: Monsieur Ferréol Douillet

Reverendo,

Não tomei sozinho a determinação que lhe dou a conhecer, referente ao nosso estabelecimento de La Côte. Depois de ter recomendado o assunto às orações de todos os Irmãos e celebrado a santa Missa na mesma intenção, consultei meus confrades e nossos Irmãos. Todos são de parecer que só continuamos na direção da escola de La Côte, nas condições em que foi fundada e que são aceitas todas as demais, em outros lugares.

Não fazemos nenhuma questão de nos tornar proprietários nos municípios onde mandamos trabalhar nossos irmãos. Seria um encargo que emperraria por demais a administração e nos atrairia muitos invejosos.

Os impostos, consertos e melhorias nos obrigariam a gastos consideráveis. Edifícios não nos faltam, oferecem-nos por toda parte e para os quais não temos que dispender nenhum vintém.

O senhor não pode nos fazer esta doação sem condições, pois que a recebeu de várias pessoas com a condição de a deixar toda para a cidade de La Côte, a serviço da educação dos meninos. Portanto, não faça testamento a meu favor; eu o rescindiria, a menos que o senhor se comprometesse a pagar todos os gastos.

Esteja certo, senhor Padre Douillet, que eu não quero forçá-lo a fazer da escola uma doação a nosso favor. Deixo a seu espírito de equidade nos dar aquilo que o senhor pensa que nos deve. Custa-me muito ter que dizer-lhe que não posso fazer de outro modo. Talvez o senhor possa combinar, alguma coisa, com o Pároco de La Côte, caso o senhor Bispo não queira assumir a responsabilidade do imóvel.

Queira receber a confirmação dos sentimentos plenos de estima, com que, meu caro confrade, tenho a honra de ser seu nui humilde servidor.

Champagnat

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Notas

Depois de propor ao Padre Champagnat um contrato de arrendamento inteiramente favorável a seus próprios interesses, o Padre Douillet aventou outra proposta.

Tendo sido inteiramente rejeitada a primeira, porque feita em condições inaceitáveis, o Padre Douillet a substituiu por outra: A de passar todo o seu patrimônio, para os Maristas, na pessoa do Padre Champagnat.

Este, juntamente com os Padres de lHermitage e os Irmãos mais experientes, examinou todas as condições do legado a lhe ser feito. Desfavorável. Então expôs, na carta abaixo transcrita, os motivos pelos quais recusava.

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Dapres la minute, AFM, RCLA 1, p.104-105, nº 119, editee partiellement en AAA p. 265

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