Carta de Marcelino – 206: Monsieur Claude Merlin, curé de Saint-Geoire

Senhor Pároco,

Tínhamos quase perdido de vista o pedido que o senhor nos fizera, há mais de dois anos, quando sua carta veio relembrá-lo. Antes de marcar a época em que poderemos mandar-lhe Irmãos, gostaria de saber em que condições o senhor quer que funcione o estabelecimento.

O senhor disporia de reservas para pagar o vencimento dos Irmãos ou pensa consegui-las através das mensalidades dos alunos?

Quando as escolas são gratuitas, sempre funcionam melhor e a formação é feita com mais facilidade. Portanto, para nosso interesse preferimos as escolas que nos oferecem estas vantagens. Por ora, temos ofertas dessas escolas em maior quantidade do que as que podemos manter; contudo, como estamos muito empenhados em favorecer a diocese de Grenoble, estamos dispostos a fazer todos os esforços para atender a seu pedido o mais cedo possível, se os recursos de que dispõe nos derem bastante segurança para podermos ir fazer o bem na sua região. É este o nosso único desejo.

Segundo um arranjo que temos que acertar com o seu digno Bispo, é possível que o senhor seja servido sem demora, contanto que tudo esteja pronto. Em todo caso, senhor Pároco, pode acreditar que faremos tudo o que nos for possível para ir ao encontro de seus anseios e auxiliar o seu zelo pela instrução dos meninos em sua paróquia.

Aguardando as informações que lhe estamos pedindo, tenho a honra de ser, senhor Pároco…

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Notas

Em 1836 o Padre Merlin tinha pedido Irmãos para a sua paróquia, mas não marcara nitidamente as condições em que se dispunha a equipar a escola. O Padre Champagnat queria que tudo fosse muito bem especificado. O projeto foi adiado.

Depois de dois anos de intervalo, foi preciso ainda que o Padre Champagnat fizesse ao bom padre uma série de ponderações relativas à fundação de uma boa escola.

Ainda desta vez, Saint-Geoire não foi atendida, apesar de estar em primeiro lugar entre as quatro escolas inscritas, situadas na diocese de Grenoble. (cf. Carta no 207)

Em 1842, já no governo do Irmão François, volta o persistente pároco, dizendo: Pela terceira vez.

Graças à liberalidade do Barão de Franclieu, quatro Irmãos puderam habitar uma casa construída para eles. Escola gratuita, que iniciou sob a orientação dos Irmãos em novembro de 1843. Só bem mais tarde, em 1873, é que foi autorizada a receber alunos internos.

As lutas pela laicização do ensino na França fizeram com que os Irmãos abandonassem a escola de Saint-Geoire em 1883.

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Daprès la minute, AFM, RCLA 1, p. 96, nº 110

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