Paris, 12 de março de 1838, Missões Estrangeiras, rue du Bac, 120.
Meu caríssimo Irmão,
Nossas questões, sempre na mesma. Não sei que estímulo usar para que andem mais depressa. Deus seja bendito! É logo agora que não vou deixar de repetir: Super flumina Babilonis.
Por outra, poderia considerar-me feliz nas minhas condições, tendo pouco que fazer e estando de muito boa saúde. Esta Quaresma vai passar sem que me dê conta. O que me incomoda, e é mais que suficiente para estragar tudo, é a estagnação acabrunhadora em que se acham as coisas que acompanho. Mais uma vez: Que Deus seja bendito!
Que faremos com a convocação ao serviço militar? Não tenho a mínima idéia, como você pode bem imaginar.
Da mesma maneira como me mandou os exemplares da Règle, mande-me um breviário pars verna.
Vou mandar o Irmão Marie Jubin para a École Mutuelle dos surdos-mudos. Tenho a intenção de ir lá pessoalmente quando puder. É essencial que não percamos tempo.
Mil recomendações a todos os queridos Irmãos. Você bem que está vendo quanto necessito de orações.
Tenho a honra de ser seu dedicado pai em Jesus e Maria
Champagnat
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Notas
Carta mais resumida que marca uma tomada de fôlego do Padre Champagnat, após tantas visitas. Entrevistou todos os personagens que podiam fazer com que o processo andasse. Agora, é só ter paciência e esperar confiante em Deus.
Mesmo nesta estagnação, a preocupação de Champagnat é de não ficar à toa. Interessa-se pelo problema dos surdos-mudos.
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Daprès lexpédition autographe AFM 111.35, éditée partiellement dans AAA p. 238