Carta de Marcelino – 147: Monsieur Jany-Tache, Curé de la Frette

Senhor Pároco,

Estou obrigando o senhor a esperar um pouco a resposta à carta que me fez a honra de me escrever na data de 7 de outubro, mas, como desejo aquiescer a seu pedido relativo ao Irmão Apollinaire, tive primeiro que fazer as colocações de nossos Irmãos, para satisfazer a todas as necessidades. Estou satisfeito em poder servi-lo em se tratando deste bom Irmão por quem o senhor se interessou particularmente. Como fazemos muita questão que cuide da saúde, somos muito gratos ao senhor pelas atenções que tem para com ele e pelos cuidados de que o cerca.

Teria sido para mim um imenso prazer se o tivéssemos em nossa casa por alguns momentos, a fim de poder manifestar-lhe de viva voz quanto fico sensibilizado pelo apreço que tem por nossa Sociedade. Assediado como venho sendo de pedidos incessantes de novos estabelecimentos e sentindo toda necessidade da educação religiosa, nunca aplaudirei suficientemente o zelo dos bons pastores que se prontificam a me ajudar para propagá-la.

Só temos que nos congratular pelos excelentes candidatos que nos chegam de sua paróquia modelar; são piedosos e todos, em geral, se capacitaram a nos prestar serviços.

Por isso, senhor Pároco, pode contar conosco sempre que pudermos, de qualquer maneira, dar a nossa contribuição ao seu zelo pela educação de seus queridos paroquianos, sobretudo de sua cativante mocidade. Embora nossos planos não estejam orientados de modo especial para esta ou aquela diocese, contudo, visto que pelo Breve de aprovação o Soberano Pontífice nos consignou as dioceses de Grenoble, Lião e Belley, se for preciso dar preferência a alguma, dirigir-nos-emos a essas, sobretudo para as paróquias que, a exemplo da sua, nos tem mandado os melhores aspirantes. Participo do seu desencanto referente ao pobre do Ferrendière. A saída dele muito nos surpreendeu e ainda me pergunto qual teria sido o motivo. Não conheço suficientemente as disposições de seus pais no sentido de usar medidas mais duras com ele; aliás, seria coisa completamente fora de nossos costumes e acho que não daria em nada. Acredito mais na força dos bons conselhos e das salutares correções que receberá da caridade do senhor. Se vier a corrigir-se, em consideração ao senhor e com o consentimento dos pais, usarei com ele da maior indulgência possível.

Dentro de poucos dias, devo fazer uma viagem ao Dauphiné. Se eu puder conseguir uma oportunidade de fazer uma visita a V. Revma., falaremos de tudo isso.

Esperando o prazer de nos encontrar, queira considerar-me animado de respeitoso devotamento pelo qual sou, senhor Pároco, seu servo mui humilde e obediente,

Champagnat

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Notas

O nosso já conhecido doente crônico, Irmão Apollinaire, foi descansar na família, em La Frette. Como vários outros Irmãos originários do lugar se filiaram à Congregação, o Padre Champagnat escreveu ao pároco agradecendo pelos bons serviços prestados aos Irmãos, particularmente ao Irmão Apollinaire.

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Daprès la minute, AFM, RCLA 1, pp. 13-14, nº 17

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