Carta de Marcelino – 134: Monsieur François Fleury Moine, Curé de Perreux

Senhor Pároco,

Sempre lhe disse que eu não conheço em Perreux casa alguma que possa servir como escola, a escola para a qual o senhor quer nossos Irmãos. Disse também que o mais certo seria pôr mãos à obra logo logo, para que a construção que o senhor resolveu fazer esteja pronta para o ano que vem, de acordo com nosso prospecto. Os Irmãos não podem habitar no prédio senão depois de um ano de terminado. Temos razões de sobra para não abrir mão deste proceder.

O meio que o senhor pretende tomar para obviar à estreiteza de espaço não deixa de ter seus inconvenientes. Não admitir os mais jovens ou despedi-los para dar lugar aos maiores, é abrir as portas aos queixumes e murmurações, e os pais, ciosos da educação de seus filhos, enxotados, vendo-se preteridos, terão maior razão para dirigir-se às escolas vizinhas.

Eis então o que convém fazer, senhor Pároco: Empregar na construção de um prédio próprio o dinheiro que gastaria no aluguel, ou na confecção do mobiliário destinado aos Irmãos, a fim de que só apareçam em Perreux quando tudo estiver pronto e em condições. Nesse caso, faremos tudo o que depender de nós para que sua escola funcione a contento seu e para alegria de todos os seus bons paroquianos. Proceder diferentemente seria expor-se a todos os pesares, aborrecimentos e atrapalhadas que acompanham e seguem a precipitação naquilo que a gente empreende

Acredite, senhor Pároco, no grande interesse que tenho por seu estabelecimento e queira aceitar os sentimentos de respeito com que tenho a honra de ser, Senhor Pároco, seu dedicado servidor.

Champagnat

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Notas

Champagnat responde a uma carta de 28 de agosto na qual o Padre Fleury insiste com ele, importunando-o por assim dizer, pois promete rapidez e eficiência nos trabalhos de organização da escola que tenciona confiar aos Irmãos.

A resposta também saiu um tanto áspera, como se poderá verificar tanto no começo, como no fim: Sempre lhe disse. temos razões de sobra para insistir em dar um tempo, antes de ocupar o prédio. Portanto, nada de atropelos.

É o que lemos por entre as linhas. Assim mesmo, três Irmãos foram mandados para Amplepuis ainda naquele ano.

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Daprès la minute AFM, RCLA, 1, p. 54, nº 53

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