Senhor Prefeito,
Não lhe posso adiantar nesta resposta senão o que já lhe escrevi precedentemente (cf. Carta no 117). O Padre Dutour julgou que não podia agir oficialmente, porque ignorava se sua nomeação seria aprovada pelo governo. Nem nós podemos agir, sem estarmos bem inteirados das intenções do futuro Pároco. Pode ser que pense diferente.
A aprovação do senhor Prefeito e do Conselho Municipal constitui para nós motivo bastante animador. Porém, para criar um estabelecimento sólido e que prossiga com passo firme, faz-se mister conseguir a anuência e o pedido do senhor Pároco, que exerce a principal influência sobre a escola.
Mesmo que as aulas não tivessem mais do que 200 alunos, não bastariam dois nem três Irmãos.
Prezado senhor, queira aceitar nossos protestos de elevada estima e consideração, bem merecidos por seu zelo e pelo trabalho que se dá para a glória de Deus e a salvação das almas. Fique certo dos sentimentos de afeto e gratidão, com os quais tenho a honra de ser, com todo o respeito, Senhor Prefeito, seu dedicado servidor,
Champagnat
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Notas
A primeira carta (a de no 117) comete um exagero estimando em 300 para 400 o número de alunos que a escola de Amplepuis poderia ter. Esta aqui reduz o cálculo para 200. Mas, o Padre Champagnat responde ao pedido do prefeito, dizendo que deseja primeiro ter o aval do novo pároco, Padre Dutour. Já estava nomeado, mas ainda não era conhecido o placet do governo.
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Daprès la minute, AFM RCLA 1, p. 53 , nº 52