Senhor Pároco,
Faz já alguns dias que recebemos uma carta do Padre Pinchon, seu Coadjutor, na qual me põe a par das gestões que o senhor está fazendo para a criação de um estabelecimento de nossos Irmãos em sua paróquia.
Não podemos permanecer insensíveis ao empenho seu e das pessoas de prestígio que se interessam por esta obra benemerente. Apesar disto, não cremos que seja possível mandar-lhe Irmãos por ocasião da Festa de Todos os Santos.
Um pouco mais tarde, por ocasião da Páscoa, se estiver tudo pronto, poderemos mandá-los. Pode ser que esta pequena demora não seja inútil, mas sim aproveitada para colocar a casa em plenas condições, o que é medida muito importante, sobretudo em se tratando de um estabelecimento que vai começar, pois a primeira impressão que produzir dificilmente se apagará no decorrer do tempo.
O senhor gastaria muito seja para a moradia seja para as reformas de uma casa que não comportaria senão a metade dos meninos e seria um purgatório para os professores e para os alunos.
Não sei de nenhuma casa em Perreux que já esteja atualmente em condições de funcionar.
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Notas
Na carta que o Vigário Geral escreveu a Champagnat a 7 de maio (Cf. carta no 124), se lê que havia doze anos o Padre Fleury andava sonhando criar uma escola de educação religiosa para os meninos de sua paróquia. Mas, o coadjutor do Padre Fleury, mais prático e realista, fez notar que não bastava ter recebido um bom reforço de Mademoiselle De Bretaille. Seria preciso dar tempo ao tempo: mandar vir logo Irmãos para começar as aulas dentro de três meses era arriscado. As obras não teriam terminado.
A presente carta do Padre Champagnat leva ao pároco as ponderações do Padre Pinchon, no sentido de adiar a fundação para mais tarde, lá pela Páscoa do ano seguinte.
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Daprès la minute; AFM; RCLA 1; p. 51; nº 49