Carta de Marcelino – 098: Monsieur François Léon Vincheneux

Senhor Pároco,

Como resposta à sua primeira carta enviamos o prospecto e achávamos que tínhamos respondido a todas as suas perguntas. O senhor está vendo que não é questão de diocese nem de distâncias. O pagamento dos Irmãos e por quem são pagos os gastos de viagem dos mesmos. é isto mesmo que o senhor quer saber? No final de sua carta, o senhor nos faz notar que não é o envio de dois que está pedindo, mas que precisa de informações prévias para dar ciência às autoridades. Elas é que julgam o caso e submetem a questão ao Conselho Municipal. Este, sim, deverá fazer o pedido.

Na segunda carta o senhor nos pergunta em que época poderia contar com a ida dos Irmãos, embora ainda não tivesse feito o pedido. Rogamos-lhe que não nos trate de inconseqüentes em nosso proceder. Temos enviado vários prospectos; nunca, porém, foram recebidos como promessa de enviarmos Irmãos. E como teria havido promessa, se nem sequer houve pedido?

Quando o senhor manifestou o desejo de ter Irmãos e que não fossem mais do que dois, respondemos que não podíamos mandá-los de imediato; também dissemos que não seria prudente mandar somente dois, para um estabelecimento tão distante. Não nos pareceu oportuno fazer-lhe antes essas observações; é que temos de atender uma lista de pedidos anteriores ao seu.

Se o senhor estiver de acordo, podemos acrescentar o seu. Não perdemos a esperança de os Irmãos chegarem aí, mas só dentro de alguns anos.

As pessoas importantes que vocês souberam interessar no projeto são por demais influentes para que deixem Tréport sem os recursos necessários para pagar três Irmãos, e mesmo para montar uma escola inteiramente gratuita.

Aceite a certeza do respeitoso devotamento com o qual…

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Notas

A carta que o Padre Champagnat escreveu foi para deslindar um mal-entendido. Pelas palavras da resposta, chegamos a adivinhar qual teria sido o engano: Na primeira carta o pároco de Tréport pedia informações a respeito das condições exigidas para uma fundação; logo na segunda pedia quando os Irmãos iriam. Ainda aqui, o padre Champagnat faz notar que, em se tratando de regiões distantes, não é prudente que se mande só dois Irmãos. (Tréport fica perto de Dieppe, na Mancha).

O teor da carta denuncia certa rispidez que parece sugerir que não foi Champagnat que a escreveu. Pode ter sido um secretário dele.

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Daprès la minute, AFM, RCLA 1, p. 33, nº 22

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