Bispado de Autun.
Autun, 21 de maio de 1837.
Senhor Superior:
Em viagem que acabo de fazer a Semur-en-Brionnais, pude apreciar o mérito dos Irmãos que formais com tanto zelo, para a excelente obra da educação dos meninos. Reconheci, ao mesmo tempo, quanto seria importante que se conservasse nesse estabelecimento recém-inaugurado o Irmão encarregado nesse momento de dirigi-lo. Não ignorais o que exigem os primeiros anos de direção. Tenho, pois, confiança de que sereis bom o bastante para aceder ao meu desejo, que é, aliás, de todas as pessoas que têm verdadeiro interesse pela escola recém-aberta.
Desejo igualmente confiar aos Irmãos de Maria outra escola, que tenho a intenção de fundar em breve. Não duvido, senhor, de que façais tudo o que depender de vós para ajudar-me a realizar um projeto que desafia vivamente a minha solicitude. Dai-me a certeza de que não concebi em vão esta esperança.
Aceitai, sr. superior, a certeza da minha consideração muito especial,
+ BENIGNE, bispo de Autun.
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Notas
A primeira escola marista na diocese de Autun, onde era Bispo D. Bénigne, foi a escola de Semur, estabelecida em novembro de 1836. Tinha sido resposta aos insistentes pedidos dos padres Bonnardel e Béraud (Carta n° 91) e à solicitação do Pe. Jean Cholleton, um dos vigários gerais de Lião (Carta n° 81). O Irmão de la Croix, primeiro diretor da escola, logrou êxito e muita estima entre a população local, mas a sua permanência na escola ficou incerta já naquele primeiro ano, por ter sido convocado para o serviço militar. Nesta carta D. Bénigne solicita a permanência do Irmão, se possível, pois falava-se de alguma probabilidade de isentá-lo da convocação. A resposta do Pe. Champagnat, escrita em fins de maio, é muito respeitosa e cordial. É no texto dessa resposta que aparece a bela frase do Fundador: “Todas as dioceses do mundo entram em nossos planos” (Lettres, doc. 112).
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AFM 128.03